quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Palhaços na Estrada pelo nordeste brasileiro: o começo...

Por Alessandra Nogueira, a palhaça Neguinha:

1º dia Dia 01/07/11

Começa a caravana. Chega o dia tão planejado, com carinho e muito trabalho. O sonho que começou com um projeto escrito, agora, é realidade. Os Palhaços Trovadores botam o pé na estrada. Mais uma missão, mais uma história de riso, gargalhada e encontros. O ônibus chega à casa dos palhaços na hora marcada: às 04:00h.

Todos ajudam na arrumação das coisas. Tudo pronto? Despedidas da família, parentes e amigos. Chega a hora da foto oficial: na frente do ônibus, rsrsrsrsrsrs....

Às 05:00h os palhaços seguem em frente.....

A viagem foi tranqüila. Comer, dormir, conversar, dar gargalhadas, dormir de novo.... Comer de novo... E vamos indo. Parada para o almoço. Todos alimentados. Vamos em frente.

Depois de um tempo, já no Maranhão, um barulho estranho, um estouro. Todos se assustam, o ônibus pára. O pneu estourou. Parada obrigatória de mais ou menos uma hora no meio da estrada. Depois do susto, tudo certo, vamos partir.

Entrando na cidade... Um engarrafamento enooooooorme... Por isso atrasamos a chegada no hotel.

Finalmente.... Chegamos. Jantar primeiro, depois arrumar as coisas. Se acomodar nos quartos para descansar.

Um novo dia nos espera amanhã....

2º dia Dia 02/07/11

Segundo dia. Acordar cedo para o café. A saída para o primeiro dia de trabalho foi às 08: 00h. Todos acomodados no ônibus partimos para a cidade operária, bairro afastado do centro, com uma população mais carente. A apresentação foi numa escola que há 10 anos era considerada uma escola violenta, mas que através de um projeto de arte, educação e leitura, feito ao longo desses anos pelo diretor e professor da escola, vem mudando esta realidade. Hoje há um grupo de teatro a todo vapor.

Na escola, todos estavam a nossa espera. Crianças, adolescentes, funcionários. Todos estavam lá. Curiosidades de ambos os lados. Nós: Como será? Vai ser a primeira apresentação do projeto. O ponta pé; Como o espetáculo vai ser recebido?....

Eles, talvez: Quem são estes palhaços? De onde vêm? O que vai acontecer aqui?....

Começa a apresentação... As primeiras risadas aparecem alimentando o coração do palhaço. Nossa alma é invadida definitivamente. Tudo começa de fato, vamos com tudo...

Foi maravilhoso. Risos, gargalhadas, encontros. Ao final da apresentação, sentamos com o grupo de teatro da escola para um bate papo, troca de informações e experiências. Muito bom.

Parada para o almoço no hotel. No fim da tarde: visita ao centro histórico da cidade. Na rua principal ou pelo menos parecia, um portal com a figura do Cazumba ou cazumbá, personagem do boi de matraca, que representa os espíritos que espantam o mau, ou a figura que espanta os maus espíritos. Por isso a máscara grotesca, a gestualidade também grotesca. Alguns usam estandartes na cabeça com bordados e decorados.

Depois do passeio ao centro histórico, parada para o jantar. Tomar um caldinho. Partimos em seguida para a Lagoa assistir as apresentações do boi. Maravilhoso, muita cor, muita música, cheiros... Lindo.

Breve relato de Marton Maués sobre o “Palhaços na Estrada” pelos municípios paraenses

É sempre bom viajar com a trupe, conhecer novos lugares e público. É sempre um desafio também, pois nunca sabemos exatamente o que vamos encontrar, com relação a espaços e platéia. como toda empreitada destas, tem altos e baixos. Em alguns lugares a acolhida é muito boa e mesmo em espaços improvisados o espetáculo acontece, flui, e a relação artista público se completa plenamente. Mas estamos sempre sujeitos a acontecimentos inusitados: em Barcarena, por exemplo, mesmo com a praça mal iluminada (e isso verificamos em outras cidades também), o espetáculo ía bem, porém uma chuva fortíssima caiu no finalzinho e tivemos, artistas e público, que sair correndo. Nessa hora tem que pensar rápido e trabalhar em equipe, pois temos equipamentos de som e luz e instrumentos que não podem molhar.

Já em Salvaterra aconteceu tudo certo, espaço bom, público excelente e espetáculo correndo solto, com todos se divertindo. É isso que queremos, levar diversão e arte para todos.

E sempre depois destes encontros, voltamos renovados.

marton maués